Você sabe a diferença entre um software de gestão comercial e um ERP? Embora tenham muitas semelhanças, essas soluções têm algumas características que as tornam desiguais.
Softwares de gestão e planejamento empresarial, os ERPs (do inglês Enterprise Resource Planning) são algumas das aplicações mais importantes para empresas de todos os setores. A comprovação está no tamanho do mercado: foram US$ 35 bilhões em receitas geradas pelos principais fabricantes de ERP do mundo em 2018, com crescimento de 10% em relação ao ano anterior, segundo o Gartner.
O grande mérito desses sistemas é unificar o fluxo de informações de todo o processo de produção de uma companhia, dando mais subsídios para que ela se planeje, diminua gastos e repense sua cadeia. No entanto, a visão macro oferecida pelos ERPs pode não ser muito vantajosa ou fácil de explorar por empresas que têm grande complexidade no seu modelo comercial, por exemplo na venda direta e indireta.
É aí que entram os softwares de gestão comercial como a let, da Gera. Empresas de vendas complexas, como é o caso da venda direta, costumeiramente não encontram em ERPs de mercado as funções de que necessitam no dia a dia – ou vão precisar de muito trabalho de customização, o que pode ser caro e demorado.
Mas, afinal, quais as principais diferenças entre um ERP e um sistema de gestão comercial?
1. Diferentes escopos e funcionalidades entre um software de gestão comercial e um ERP
A mais clara das diferenças entre um ERP de mercado e um software de gestão comercial é o escopo. Enquanto o primeiro é responsável pela gestão de todo o backoffice da companhia, incluindo processos fiscais e contábeis, entre outros, o segundo tem como core o processo promocional, de vendas, comissionamento e outros.
O ERP é um software de administração para empresas dos mais distintos segmentos, ainda que ele também possa ter módulos voltados a vendas. “Mas eles fazem um trabalho mais simples, para empresas de venda não complexas, que tenham processos mais padronizados”, explica Fabio Piastrelli Mengozi, cofundador da Gera. “Quanto mais sofisticados os processos de venda, menos o ERP terá funcionalidades para apoiar a empresa na gestão comercial.”
2. Usabilidade
Considerando que são duas ferramentas com objetivos diferentes, a usabilidade também o será. Os ERPs não foram pensados, por exemplo, para oferecer uma interface agradável para vendedores ou revendedores que estejam registrando a compra de mercadorias. Ao contrário, oferecem e coletam o máximo de informações de negócio possível, tendo telas bastante “poluídas”.
“Temos uma preocupação em criar soluções com um front-end mais agradável, tanto para o público interno da companhia quanto para os agentes externos, como distribuidores, força de vendas, vendedores e especialmente consumidores. Também temos APIs em que o cliente pode criar suas soluções personalizadas”, ressalta Mengozi.
3. Processamento e performance
Muito embora um ERP também seja plenamente capaz de processar pedidos de compra e venda, o que o diferencia do sistema de gestão comercial da Gera, por exemplo, é a capacidade de lidar com imensos volumes. A let atende empresas que processam milhares, até mesmo milhões, de pedidos por mês, enquanto ERPs costumam lidar com volumes menores.
“O sistema criado para atender 1.000 pedidos não é o mesmo que atende 500 mil. Essa é uma diferença importante”, pondera o diretor da Gera. “Não é que o ERP não consiga atender 500 mil, mas para isso ele exigirá mais investimento em hardware, adaptações e melhorias de produto.”
Segundo o executivo, uma empresa que opte por adaptar um ERP para executar funções semelhantes às de um sistema de gestão comercial terá custos elevados. E a recíproca é verdadeira: um software de gestão comercial usado em vendas simples e de baixo volume acabará tendo um preço elevado para executar tarefas simples.